A vida nos dá oportunidades constantes de aprendizado. Tudo aqui nos ensina.

É assim que tenho procurado aproveitar essa incrível jornada, transformando minhas dores, frustrações e obstáculos em lições, como numa escola.

Trazendo tudo que me acontece ou acontece ao meu redor para o centro de minhas reflexões, posso ver o quanto posso melhorar a cada oportunidade. Percebo também que não há nada errado ou certo,  tampouco existem problemas. O que existem são apenas fatos e circunstâncias,  e também as consequências de nossos atos ou omissões.

No fim, o que existe é apenas o querer do Homem, o livre arbítrio e a lei de causa e efeito.

Fazendo uma pequena palestra  para alguns jovens dia desses, incluindo alguns que passaram pela Fundação Casa, me vi ouvindo minhas próprias palavras e, refletindo sobre elas, me dei conta de que se entendermos que não há certo e errado, mas sim, colheita das sementes que plantamos, elevamos nossos pensamentos, falas e atitudes ao nível dos valores e não mais do simples julgamento.

Quando fazemos ou deixamos de fazer algo tendo como raiz o medo, o mérito é infinitamente menor do que quando agimos tendo a consciência plena.

Houve um tempo em que o medo foi necessário para que evoluíssemos em nossas condições morais, assim como o medo é crucial para uma criança que aprende que não deve colocar o dedo numa panela quente, ou atravessar a rua sem olhar para os dois lados. Para a criança isso deixa de ser necessário quando ela adquire capacidade cognitiva suficiente, compreensão e conhecimento que vão chegando com a idade adulta para saber as consequências de atos simples e assim evitá-los.

Também o foi, em uma sociedade, necessário que o medo fosse utilizado para diminuir a barbárie, a violência e levar ao adiantamento pelo respeito às leis, ao viver em sociedade. Porém, como em muitos casos de nossa história, o medo de salutar, em algum momento, foi mal utilizado por muitos líderes políticos, religiosos e até econômicos, mantendo a consciência dos liderados em baixa evolução e limitada, justamente pelo medo.

O que vivemos nesse momento é, por assim dizer, mais do mesmo.

Estamos assistindo a contínuas tentativas de manter a população com medo, pela separação. Estamos assistindo as pessoas terem medo de sair de casa pelos altos índices de violência nas cidades. Estamos vendo as pessoas com medo de não conseguir pagar suas contas. Medo de perder o emprego, ou medo de não conseguir um emprego. Medo de ficar doente e não ter onde ser atendido.

As filas de vacinação mostram que as pessoas estão com medo. E uma sociedade com Medo é escrava do próprio medo e daqueles que o promovem ou se beneficiam deles – sempre uma minoria.

Temos capacidade e recursos para sermos independentes, livres, ricos. Temos condições de termos emprego, renda, abundância para todos. Temos também condições de prover segurança, educação e saúde de qualidade para todos, como foi estabelecido em nossa Constituição. É lei, é clausula pétrea, artigo fundamental.

E por que, então, não temos conseguido? Por medo? Por falta de consciência talvez.

Tenho esperança e rogo que as dificuldades de sofrimento que hora vivemos em nossa Pátria sirvam as gerações vindouras e a cada um de nós brasileiros para que aprendamos, como uma lição de escola (infelizmente amarga por estarmos tendo que fazer novamente, como um aluno que repetiu de ano). Espero que possamos transformar nossa dor coletiva, nosso sofrimento e incredulidade em consciência, em aprendizado.

Vejo que as crianças e adolescente de hoje estão assistindo as manifestações, as avaliações péssimas de nossos governantes, os escândalos e mais escândalos de corrupção, descaso e falta de competência em gestão e não tenho dúvida, está se formando uma geração mais consciente que as anteriores. Pela dor, infelizmente, mas acredito que essa mesma geração vai ser mais consciente nas escolhas daqui pra frente. Até por que, por consciência, ou ainda medo para alguns, não vão querer passar novamente por isso tudo.

Creio que estamos forjando, infelizmente pela dor, uma geração que terá mais consciência para escolher melhor os representantes pelo voto.

Precisamos também de maiores níveis de consciência e mudança de paradigmas auto-limitantes (como o de que todo político é desonesto) para estimularmos pessoas com boa formação e valores sólidos a seguirem, quando vocacionados, a seara da vida pública e política, pois ainda precisamos de representantes e líderes no modelo de democracia que escolhemos viver.

E acreditem, precisamos de pessoas sadias, bem intencionadas e preparadas para não sucumbir aos cantos de sereias e oportunidades de se desviar do caminho reto que tanto tem levado nossos políticos a cometer crimes.

Acredito piamente que não são políticos que são bandidos, mas sim, bandidos que foram eleitos para serem políticos, com o seu ou o meu voto. Temos visto uma quantidade muito grande de psicopatas, doentes mentais com cargos públicos eleitos pelo nosso voto.

Então é chegada a hora de tratarmos a doença e não mais seus sintomas e iniciar um processo de tomada das rédeas por nós, os cidadãos conscientes, para que coloquemos pessoas à altura de nossos desafios e à altura do merecimento que cada um de nós deseja, afinal de contas, o dinheiro, bens e máquina pública dos governos e dos demais poderes da República, são como a etimologia da palavra “res-publica” já traz em si, ou seja, “a coisa pública”, aquilo que é público, de todos. É Nosso.

E sendo nossos os bens públicos, por que ainda damos a chave e a caneta para pessoas que não daríamos se fosse para cuidar de nossa despensa doméstica, de nosso talão de cheques ou de nossa casa ou filhos?

Fica a pergunta, uma vez creio que passamos por um momento de crise transformadora. E como em toda transformação, podemos utilizar as dificuldades como degraus de nossa evolução.

Cabe a nós escolhermos se queremos reclamar, acusar, apontar a “culpa” para “os outros” como em lados de torcidas que se inflamam pela paixão cega, ou se vamos aproveitar esse aprendizado e evoluir em consciência, em atitude, em participação cidadã, coletivamente.

Precisamos perder o medo de sermos felizes. Por isso, Acordem e Progresso. Precisamos plantar aquilo que queremos colher.

Plantar ordem para colher progresso. Plantar amor e respeito à coisa pública. Plantar consciência no voto para colher líderes e gestores conscientes nos cargos públicos.

Vamos juntos Plantar confiança para colher confiança e felicidade.

Publicado em 15 de abril de 2016 no Portal http://sociedadepublica.com.br/author/luizlucas/#sthash.wFxw329h.dpuf

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