Era setembro de 2012, à beira do Mar de Mármara, há poucos quilômetros de Istanbul, Turquia, onde durante 10 dias vivenciava uma das mais importantes experiências de minha vida.

Estava ao lado de jovens de várias nacionalidades, raças e religiões, todos em busca de um mundo melhor, selecionados para participar de um programa experimental, chamado FUTURE LEADERS FOR THE WORLD.

Organizado pelo filósofo Stefano D’Anna, autor do livro A ESCOLA DOS DEUSES, o  programa FLW buscava encontrar e lapidar jovens que podem, algum dia, mudar o mundo.

Durante uma intensa jornada com alimentação frugal, nos sentíamos alimentados e inteiros, o que diminuía nossa necessidade de dormir. E, acredite, foram 10 dias com média de 3 horas de sono por noite, sendo que em nenhum momento qualquer um de nós se sentia cansado ou sem energia.

Os dias começavam cedo com exercícios físicos de yoga à beira mar, seguidos de um limitado e leve desjejum que logo após terminar, se emendava num debate filosófico à moda da Grécia antiga, debaixo de um silencioso gazebo com vista para o mar, criando uma atmosfera de paz que propiciava a reflexão e a busca pelo autoconhecimento, pelos mistérios e sabedorias da vida e do cosmos de maneira singular.

As vivencias incluíam atividades de respiração, interpretação de papéis e muita filosofia e ensinos antigos e modernos, clássicos e míticos, através de exposições e análises de textos e ensinos, mas também pelas artes como esculturas, arquitetura e a música.

Esse ritual fez brotar sentimentos profundos de gratidão, recordação e aprendizado que ruíam com quase todos os pilares de crenças e dogmas que até então haviam em mim, criando uma autoestima e confiança sem vaidades.

Esses dias intensos, vividos absolutamente no tempo presente, propiciaram aprendizado profundo e a dilaceração do Ego e do Medo.

Ao final, no último dia, no último encontro com o professor Stefano para o debate filosófico da manhã, um de nossos irmãos lá como aluno-discípulo, um turco muçulmano de inteligência e atitudes ímpar fez um comentário marcante. Ele disse que após tantos dias em êxtase de viver no presente intensamente, tinha a impressão de que estava no paraíso. Tinha a impressão que talvez tivesse “morrido” e encontrava-se no paraíso.

Esse comentário foi o gatilho para que o professor Stefano discorresse e nos levasse a todos a uma reflexão paradisíaca. A de que o paraíso não é um local, um jardim, um destino ou sequer uma dimensão. Não é algo a se alcançar ou chegar.

O Paraíso é portátil, nos disse.

Segundo nos demonstrou pelos ensinos e vivências durante os dez dias. E, naquele momento, durante mais de uma hora debatemos e vivenciamos o como podemos alterar nossas emoções se estivermos conscientes, presentes e focados em nossos sonhos.

Dentro das várias considerações, o fato de que não existem problemas na vida, apenas situações. Não existem obstáculos, adversários ou dificuldades, apenas etapas e degraus a vencer. Nas palavras do Stefano: “O Antagonista é, na verdade, seu maior aliado. Agradeça-o”.

Esse ensinamento nos levou a refletir e concluir que o “paraíso” é, por fim, um estado de espírito, um estado do ser. E por assim ser, pode ser levado para qualquer lugar, para qualquer tempo ou momento, por isso portátil. Basta respirar consciente e sentir o presente. Se precisar, é só elevar e levar o pensamento e todo o seu ser para o aqui e agora, na ausência de medo ou emoções-pensamentos negativos, podemos, com o auxilio de memórias de momentos e locais paradisíacos em que estivemos na existência, nos levarmos imediatamente ao estado de paraíso portátil.

Assim, convido a todos para, enfim, vivermos no paraíso, construindo e levando para qualquer local o mundo que queremos e desejamos. Construindo o novo sonho para o mundo, o sonho de um mundo baseado na integridade, no Integritismo (ver www.integritismo.com.br).

E se você que ainda está acreditando em dificuldades, crise e sofrimento,  construa seu paraíso portátil e mude sua realidade e seu mundo. Estou trabalhando nisso, e o primeiro passo é acreditar que é possível.

Aliás, esse artigo nasceu quando passando por um momento triste, fruto de uma soma de fatores que confluíram em dificuldades momentâneas, estava muito reflexivo e apreensivo, o que ocasionava em mim um desconforto mental e emocional e dúvidas e medos sobre as consequências. Nesse momento, ao som da Bachiana n. 5, do compositor brasileiro Heitor Villa Lobos, com sua perfeição técnica e emoção ímpar me tiraram daqueles pensamentos e emoções negativas e imediatamente me fizeram lembrar do que vivi na Turquia naqueles dias e o que narrei acima. Estava criado meu paraíso portátil, passei instantaneamente a ver a beleza da vida, da natureza, das dádivas e milagres que nos ocorrem todos os dias, a todos os momentos.

Vamos lá, confie, construa e viva seu paraíso portátil.

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